O Volkswagen SP2 é um carro de
sucesso, muitos diriam o contrário pois esse carro é muito pouco conhecido por
essa região do estado, mas ele muito desejado por colecionadores, alimentando
uma paixão que já dura quatro décadas. Nesse caso cabe aquela máxima, ou seja,
quem não tem quer comprar, e quem tem não vende de jeito nenhum. A importância
histórica do esportivo se reflete na sua presença no museu da Volkswagen, em
Wolfsburg na Alemanha. A matriz possui um SP2 Branco Lotus (modelo) em seu
acervo. Alguns dizem que a sigla SP2 quer dizer Sport Protótipo. A grande
maioria afirma que o nome do carro era uma homenagem ao estado de São Paulo,
único lugar do mundo onde o carro foi produzido em um tempo muito curto de 1972
a 1976.
Para a maioria dos admiradores do
SP2, o que chamava mais atenção era seu
desenho simples, com linha arredondados e apenas dois traços disfarçados nas
faixas decorativas, para fazer a divisão da cintura. O SP2 foi o carro nacional
mais baixo já produzido. \nem os veículos da Karmann Ghia ou o Porsche 914 eram
tão baixos quanto o esportivo da Volkswagen.
Quem parasse para analisar os
modelos esportivos do mercado, perceberia que o SP2 levava ampla vantagem sobre
os concorrentes. O modelo possuía o desenho mais moderno do mercado automotivo
brasileiro, era bonito e diferente. Utilizava aço na sua carroceria, enquanto
seus adversários eram feitos de fibra de vidro. O veículo da Volks não era uma
adaptação que utilizava a plataforma da Variant, mas era um projeto novo, totalmente
desenvolvido para o mercado brasileiro e de quebra tinha chancela da
Volkswagen, que há tempos gozava de tradição e admiração entre os motoristas.
Como se não bastasse praticamente
inaugurar uma categoria e apresentar design inédito no país, o SP2 era
inovador. Apresentou propulsor instalado na traseira com ventoinha horizontal,
refrigeração a ar e carburação dupla do tipo solex 34 PDSIT, aliado a uma
modificação no bloco no motor 1600cc de 4 cilindros, que aumentou a potência do
propulsor para 1700cm cúbicos, com 75 cavalos de potência e 13 kgmf de torque.
Com essa alteração técnica e um
câmbio manual de 4 velocidades, o esportivo acelerava de 0 a 100 em apenas 13 segundos e atingia a
velocidade máxima de 172Km/h, números similares aos que um carro 1.0 faz hoje,
mas que impressionam se considerarmos que estamos falando de um carro lançado
há 40 anos.
A estabilidade do SP2 também
merece destaque. Equipado com um conjunto de suspensão independente e barras de
torção cilíndricas ajustáveis, o sistema dianteiro ainda tinha
amortecedores telescópicos de dupla ação
e estabilizador. Na traseira o equipamento era o mesmo, mas com barra
compensadora, que melhora o controle nas curvas, absorve vibrações,
trepidações, oscilações e irregularidades da pista que são transmitidas ao
volante.
As rodas eram de magnésio aro 14
com pneu radial da Pirelli, modelo Cinturato 185 x 14, próprio para carros
esportivos. O sistema de freios era hidráulico a disco nas rodas dianteiras e a
tambor nas traseiras, de duplo circuito para oferecer mais segurança.
Muitos países em várias partes do
mundo encomendaram algumas unidades e seria vendido também nos Estados Unidos, mas foi injustamente
acusado de ter o farol com perfil muito baixo, o que infringia as leis de
trânsito do país. O povo americano foi impedido de ter este carro, mas grandes
personalidades como Michael Jackson deu seu jeitinho de conseguir seu exemplar,
assim como vários colecionadores e príncipes do Oriente Médio.
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