A pintura em dois tons era marca da versão Luxo |
Exatos 56 anos separam a primeira Kombi brasileira da
última: a despedida da velha perua foi marcada pelas 1.200 unidades da série
especial Last Edition, que traziam pintura em dois tons, acabamento externo
diferenciado, estofamento exclusivo e até cortinas nas janelas. Tamanho esmero
não era visto desde 1986, quando a Volks deixou de produzi-la na caprichada
versão Luxo. Para entender o conceito, é preciso voltar no tempo. Antes da
Kombi, nossa indústria oferecia apenas utilitários como a perua DKW Universal,
a picape Ford F-100 e o Jeep Willys. Os sedãs nacionais de prestígio chegariam
ao mercado apenas depois, como o Simca Chambord e o Aero Willys, trazendo
apenas frisos e calotas cromados. Exatos 56 anos separam a primeira Kombi brasileira da
última: a despedida da velha perua foi marcada pelas 1.200 unidades da série
especial Last Edition, que traziam pintura em dois tons, acabamento externo
diferenciado, estofamento exclusivo e até cortinas nas janelas. Tamanho esmero
não era visto desde 1986, quando a Volks deixou de produzi-la na caprichada
versão Luxo. Para entender o conceito, é preciso voltar no tempo. Antes da
Kombi, nossa indústria oferecia apenas utilitários como a perua DKW Universal,
a picape Ford F-100 e o Jeep Willys. Os sedãs nacionais de prestígio chegariam
ao mercado apenas depois, como o Simca Chambord e o Aero Willys, trazendo
apenas frisos e calotas cromados.
A segunda geração veio em 1976 |
Oferecida ao público desde 1957, a Kombi Luxo era inspirada no modelo
DeLuxe apresentado no Salão de Frankfurt em 1951. Mais simples que a alemã, a
nossa perdia as oito janelas no teto, o teto solar e o painel com rádio e
relógio, mas mantinha o pequeno motor a ar de quatro cilindros opostos, o
emblema dianteiro cromado e pintura externa em dois tons separados por frisos.
Entre 1960 e 1962, foi anunciada como Kombi Especial. A VW não tinha receio de
apresentá-la como um carro de luxo para 9 a 12 pessoas, já que até o
publicitário (e depois jornalista automotivo) Mauro Salles definia o acabamento
como “refinado”: revestimento em plástico, forro integral no teto, isolamento
acústico, barras de apoio nos bancos e cinzeiros. Exclusiva do Brasil, a versão
de seis portas tinha estribos laterais, pois era muito usada como táxi.
Não havia ar-condicionado nem direção hidráulica |
Em 1959, vinha a transmissão sincronizada e o motor feito
em São Bernardo do Campo (SP). O índice da nacionalização chegou a 95% em 1961.
Não havia concorrência: a Willys Rural levava seis pessoas e a Chevrolet
Amazona, oito, com maior custo devido ao consumo de seus seis cilindros. Entre
as queixas, estava a ergonomia ruim. Para melhorá-la, as alavancas do câmbio e
do freio de mão foram reposicionadas. Em 1962, os indicadores de direção
laterais (bananinhas) foram, enfim, substituídos por piscas dianteiros e
traseiros inseridos em novas lanternas, maiores e bicolores. Também foi
introduzida a carroceria com 15 janelas, melhorando a visibilidade traseira. Em
1967, vieram rodas aro 14 e o motor 1.5 de 52 cv, aumentando a capacidade de
carga para 970 kg. O sistema de 12 volts veio em seguida.
Esmero nos detalhes era incomum para uma Kombi |
A primeira reestilização
ocorreu em 1976: a dianteira era a do modelo alemão de 1967, com para-brisa
inteiriço e portas dianteiras com janelas basculantes (e não mais corrediças).
O motor crescia para 1.6 e 52 cv e os freios passavam a assistidos. A
estabilidade melhorou com modificações nas suspensões. O interior recebeu novos
bancos, painel de instrumentos e volante. Mas já não era fácil justificar o
sobrenome Luxo quando nossos melhores carros ofereciam direção hidráulica,
ar-condicionado e câmbio automático. A Kombi Luxo de segunda geração evoluiu só
na técnica: juntas homocinéticas, dupla carburação, motor a álcool, freios a
disco e cintos de três pontos.
Motor 1.6 e suspensão mais estável eram destaques da segunda geração |
Fabricada em 1984, a Kombi
Luxo do colecionador Thiago De Gennaro é uma das raras sobreviventes da segunda
geração: “Um dos maiores prazeres é pegar a estrada: ela é excepcionalmente
silenciosa para uma Kombi, pois o isolamento acústico elimina a maior parte dos
ruídos de rodagem e do motor refrigerado a ar”.
Acabamento dos faróis era diferenciado |
A partir de 1987, os únicos
opcionais da Kombi Standard (e Furgão) eram os pneus radiais e o desembaçador
traseiro. A VW tentou reeditar a Kombi Luxo em 1997, na terceira (e última)
reestilização da van. A versão Carat trazia bancos de veludo, interior forrado
e sete lugares em confortáveis bancos, mas durou apenas dois anos devido à
baixa procura. Fonte: quatrorodas.abril.com.br
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