A série 62 compreendia, para 1959, versões cupê,
conversível e sedãs de quatro e seis janelas laterais. Havia também o DeVille
(mesmas versões, exceto conversível), Fleetwood 60 Special (sedã de seis
janelas), Fleetwood 75 (sedã e limusine de oito lugares) e a linha Eldorado,
com versões Seville (cupê), Brougham (sedã) e a mais glamurosa e famosa: a
Biarritz conversível.
Com duas toneladas de peso, 6,1 metros de comprimento por
1,83 metro de largura e aletas de 1,07 metro de altura, o Eldorado 59 exalava
poder, prestígio e dinheiro. Chegava a custar, em sua versão mais cara, a
exclusiva Biarritz, cerca de US$ 7.400,00. O motor utilizado era um V8 de 390
polegadas cúbicas (cerca de 6,4 litros) com 325 a 345 cv , capaz de levá-lo a
185 km/h e acelerar de 0 a 60 milhas por hora, ou 96 km/h, em 10,3 s.O enorme
motor tinha uma média de consumo de apenas 2,8 km/l. Além de abastecer o
tanque, com capacidade para 95,5 litros, o motorista também necessitava colocar
13 litros de fluido de câmbio, 6,8 litros de óleo de motor e 5,7 litros de água
no radiador. O Cadillac consumia muito combustível, mas isto nada significava
para os afortunados capazes de pagar por sua extravagância e a gasolina era
barata.
O câmbio era um automático de três marchas GM Hydra-Matic,
a suspensão utilizava molas helicoidais, com suspensão a gás Freon 12 como
opcional, e para parar o 59 empregavam-se freios a tambor servo-assistidos.
O Eldorado possuía todos os itens de comodidade
disponíveis: direção assistida, travas centrais, bancos, vidros e tampa do
porta-malas com controle elétrico e, por mais US$ 55,00, podia vir equipado com
o "olho autrônico", sistema que abaixava automaticamente o facho dos
faróis quando detectava as luzes de um carro vindo no sentido oposto. Seu
tamanho descomunal garantia excelente espaço interno, com capacidade para seis
pessoas, além do monstruoso porta-malas.
Mas, o que mais chamava a atenção no Eldorado 1959 era seu
estilo, que representava o ápice dos anos 50. Projetado para ter um perfil
esguio, que inspirasse velocidade mesmo sem estar em movimento, tudo nele
denunciava essa intenção. O pára-brisa levemente curvado e envolvente lembrava
a cabine de aviões de caça e, na traseira, imensas montanhas de cromo lembrando
saídas de turbinas escondiam apenas luzes de ré.Mas seu mais impressionante
atributo era, sem dúvida, o tamanho das aletas, que se elevavam a mais de um
metro do chão e levavam o Cadillac ao extremo do estilo. Cromados em profusão,
faróis duplos e uma imponente grade dianteira completavam seu desenho e eram
artigos fundamentais em qualquer carro dos anos 50.
Entretanto haviam problemas: sua reputação não era das
melhores -- pelo contrário, tinha fama de ser muito suscetível à ferrugem --, a
dianteira trepidava e o acabamento não era considerado à altura de uma grande
fábrica americana. O mais grave, seu desenho era considerado espalhafatoso
demais e, de fato, poucas pessoas queriam ser vistas desfilando em um automóvel
tão exagerado.
Sua marca registrada, as enormes aletas, eram um símbolo
desse exagero apreciado por poucas pessoas. A própria Cadillac percebeu a
rejeição e, logo no ano seguinte, cortou 15,5 cm das aletas, diminuindo-as
ainda mais nos anos seguintes. Mesmo assim, a marca vendeu mais de 140 mil
unidades de toda sua linha em 1959. O Cadillac 59 representou o auge do
consumismo desenfreado e do otimismo desta década, mas também representou seu
fim. Os Estados Unidos estavam mudando. Se os anos 50 mudaram o visual da
América, os 60 mudaram seu jeito de pensar. Contudo, o Cadillac Eldorado 1959
foi uma espécie de ícone do país. Fonte: sorocabamotors.com.br / (obs: primeiras cinco fotos da netcarshow.com).
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