domingo, 23 de setembro de 2012

Uma raridade: esta pode ser a melhor definição para o Volkswagen SP2, um esportivo que fez uma linda história no Brasil


O Volkswagen SP2 é um carro de sucesso, muitos diriam o contrário pois esse carro é muito pouco conhecido por essa região do estado, mas ele muito desejado por colecionadores, alimentando uma paixão que já dura quatro décadas. Nesse caso cabe aquela máxima, ou seja, quem não tem quer comprar, e quem tem não vende de jeito nenhum. A importância histórica do esportivo se reflete na sua presença no museu da Volkswagen, em Wolfsburg na Alemanha. A matriz possui um SP2 Branco Lotus (modelo) em seu acervo. Alguns dizem que a sigla SP2 quer dizer Sport Protótipo. A grande maioria afirma que o nome do carro era uma homenagem ao estado de São Paulo, único lugar do mundo onde o carro foi produzido em um tempo muito curto de 1972 a 1976. 
Para a maioria dos admiradores do SP2,  o que chamava mais atenção era seu desenho simples, com linha arredondados e apenas dois traços disfarçados nas faixas decorativas, para fazer a divisão da cintura. O SP2 foi o carro nacional mais baixo já produzido. \nem os veículos da Karmann Ghia ou o Porsche 914 eram tão baixos quanto o esportivo da Volkswagen.
Quem parasse para analisar os modelos esportivos do mercado, perceberia que o SP2 levava ampla vantagem sobre os concorrentes. O modelo possuía o desenho mais moderno do mercado automotivo brasileiro, era bonito e diferente. Utilizava aço na sua carroceria, enquanto seus adversários eram feitos de fibra de vidro. O veículo da Volks não era uma adaptação que utilizava a plataforma da Variant, mas era um projeto novo, totalmente desenvolvido para o mercado brasileiro e de quebra tinha chancela da Volkswagen, que há tempos gozava de tradição e admiração entre os motoristas. 
Como se não bastasse praticamente inaugurar uma categoria e apresentar design inédito no país, o SP2 era inovador. Apresentou propulsor instalado na traseira com ventoinha horizontal, refrigeração a ar e carburação dupla do tipo solex 34 PDSIT, aliado a uma modificação no bloco no motor 1600cc de 4 cilindros, que aumentou a potência do propulsor para 1700cm cúbicos, com 75 cavalos de potência e 13 kgmf de torque.
Com essa alteração técnica e um câmbio manual de 4 velocidades, o esportivo acelerava  de 0 a 100 em apenas 13 segundos e atingia a velocidade máxima de 172Km/h, números similares aos que um carro 1.0 faz hoje, mas que impressionam se considerarmos que estamos falando de um carro lançado há 40 anos.
A estabilidade do SP2 também merece destaque. Equipado com um conjunto de suspensão independente e barras de torção cilíndricas ajustáveis, o sistema dianteiro ainda tinha amortecedores  telescópicos de dupla ação e estabilizador. Na traseira o equipamento era o mesmo, mas com barra compensadora, que melhora o controle nas curvas, absorve vibrações, trepidações, oscilações e irregularidades da pista que são transmitidas ao volante.
As rodas eram de magnésio aro 14 com pneu radial da Pirelli, modelo Cinturato 185 x 14, próprio para carros esportivos. O sistema de freios era hidráulico a disco nas rodas dianteiras e a tambor nas traseiras, de duplo circuito para oferecer mais segurança.
Muitos países em várias partes do mundo encomendaram algumas unidades e seria vendido também  nos Estados Unidos, mas foi injustamente acusado de ter o farol com perfil muito baixo, o que infringia as leis de trânsito do país. O povo americano foi impedido de ter este carro, mas grandes personalidades como Michael Jackson deu seu jeitinho de conseguir seu exemplar, assim como vários colecionadores e príncipes do Oriente Médio.


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