quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Primeiro McLaren Senna dos EUA tem pintura de R$ 2 milhões Acabamento exclusivo escolhida por milionário ganhou até nome próprio

Todas as partes visuais do Senna são feitas de plástico reforçado com fibra de
carbono (CFRP) (Divulgação/McLaren)

Da próxima vez que você chiar com um concessionário por conta de uma pintura especial, lembre-se que um dia alguém pagou US$ 500.000 (ou mais de R$ 2 milhões pela cotação do dia) para deixar um McLaren Senna com fibra de carbono verde. O autor da proeza foi o empresário Michael Fux. O cubano fez fortuna nos Estados Unidos e é dono de uma coleção de supercarros, muito deles tão customizados quanto o hiperesportivo.
Achou este Senna até que normal? Bem, Fux reservou um detalhe excêntrico para ele. Procure o que é nesta e nas fotos abaixo. (Divulgação/McLaren)
A carroceria especial foi desenvolvida pela MSO, divisão de veículos customizados da fábrica inglesa. Normalmente as peças de plástico reforçado com fibra de carbono são cobertas com tinta, mas deixá-las expostas requer uma série de vernizes especiais (o que encarece o preço até de um Bugatti Veyron).
Não encontrou? Uma dica: é uma mudança que deixou o carro assimétrico. (Divulgação/McLaren)
Há, naturalmente, o custo da exclusividade e também da mão-de-obra – no caso do Senna, foram 1.000 horas para produzir e pintar as 67 peças que compõem o visual do modelo.

Fim do mistério. O que Fux fez foi uma homenagem até que discreta aos EUA: os cubos rápidos das rodas do lado direito são azuis e, do lado esquerdo, vermelhas. (Divulgação/McLaren)

Não à toa, o verde deste Senna foi batizado com o nome se seu proprietário: Fux Green. O Senna verde escuro, inclusive, foi o primeiro a chegar nos Estados Unidos. A McLaren produzirá 500 unidades do hiperesportivo de 800 cv, e duas delas chegarão ao Brasil.
Fonte: Revista Quatro Rodas

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

História da marca FNM, o lendário “FeNeMê”. Por: José C. Reinert.


A construção da Fábrica Nacional de Motores (FNM) foi iniciada em 1940, no governo de Getúlio Vargas, na cidade de Duque de Caxias-RJ, distrito de Xerém.  Ela foi idealizada pelo Brigadeiro Antônio Guedes Muniz, tendo sido oficialmente fundada em 13/06/42, para a construção de motores aeronáuticos, que seriam utilizados em aviões de treinamento militar.  Era a época da IIa. Guerra Mundial, e em troca da utilização de bases militares no nordeste brasileiro, o governo norte americano deu incentivos financeiros e  assistência técnica, para a construção tanto da FNM, como da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

A produção de fato começou apenas em 1946, quando o maquinário ficou pronto, e pouquíssimas unidades de motores de avião chegaram a ser construídos pela FNM pois, com o fim da guerra, os mesmos já estavam ultrapassados e se tornaram obsoletos. Nesta época a FNM já era chamada de “cidade dos motores”.


Inicia-se então um período de reformulação, e como as excelentes máquinas importadas para a fabricação daqueles motores facilmente se adaptavam a vários outros tipos de produção, iniciou-se a fabricação de geladeiras, compressores, bicicletas, tampinhas de garrafas e peças para trem, fazendo-se também serviços de revisão de motores de avião.  Isso até 1948.
No começo de 1949 a FNM firmou contrato com a Italiana Isotta Fraschini para a fabricação de um caminhão Diesel de 7,5 lt, inicialmente apenas montado aqui, mas com projeto de nacionalização progressiva. Até o fim daquele ano foram entregues 200 desses caminhões, denominados FNM IF-D-7300 para 7.500 kg.  Mas já em 1950 a Isotta, que enfrentava dificuldades financeiras em casa, veio a encerrar as suas atividades.
foto atual da fábrica, cuja estrutura foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional.
A linha de montagem dos FNMs 180/210 e dos FIAT 130.
Em vista disso, pouco tempo depois (ainda em 1950) a FNM  firmou um novo acordo, com a também italiana Alfa Romeo, pelo qual seriam fabricados os caminhões Alfa Romeo, e também chassis para ônibus, sob licença da marca italiana. Os caminhões seriam denominados FNM-Alfa Romeo D-9.500, e seriam equipados com motor de 130 CV, tendo uma capacidade de carga de 8.100 kg (aumentada para 22.000 kg, se acoplado a uma carreta de dois eixos). Já em 1951 começou a produção do FNM D-9,500, mas a sua comercialização só se daria no início de 1952.  Graças a suas características de grande robustez, foi imediatamente muito bem aceito no mercado.  Além disso, era o único caminhão a possuir uma espaçosa cabine leito dotada de duas camas, ideal para longas viagens, que então duravam de semanas a meses.

Fabricando os carros modelo 2300.
Já em 1958 a FNM lançava o modelo D-11.000, com motor de 11 litros e potência de 150 CV, a qual seria aumentada para 175 CV em 1967.  Em 21 de abril de 1960, em comemoração à fundação de Brasília, a FNM lança o 1º automóvel da sua linha, derivado do Alfa Romeo 2000, e denominado FNM JK.  Posteriormente ele seria substituído pelo modelo FNM 2150, e mais tarde pelo Alfa Romeo 2300.
- Em 1968 a fábrica foi vendida para a Alfa Romeo italiana, numa das primeiras privatizações do país;
- Em 1972, lançou os novos caminhões FNM 180 e 210, com 180 CV e 215 CV, respectivamente;
- Em 1973 a FIAT compra 43% das ações da Alfa Romeo, e em 1976 assume o total controle acionário.  A Fiat continuou produzindo os FNM 180 e 210 até 1979, quando os substituiu pelo FIAT 190;
- Em 1985, já administrada pela Iveco (empresa italiana do grupo FIAT) e com o declínio acentuado na venda de caminhões, encerra as suas atividades no Brasil.