domingo, 12 de maio de 2013

Ferrari 365 GTB/4 Daytona 1968


Quando foi lançado em 1968, o Ferrari Daytona parecia ultrapassado. Num tempo em que o revolucionário Miura já não era mais novidade, todo mundo esperava que a Ferrari também seguisse o que parecia uma tendência irrevogável: a de motor central-traseiro. Foi um anti-clímax então, quando apareceu esse cupê de motor dianteiro e transeixo traseiro, uma mera evolução do 275 GTB que substituiu. Mas toda essa sensação de decepção acabava quando se dirigia o bicho.

O Daytona era uma declaração clara de um dos mais antigos princípios da Ferrari, e o mantra pelo qual vivia Enzo Ferrari: poder é tudo. O carro veio com um enorme V-12 de 4,4 litros e 352 cv, e uma velocidade final próxima dos 300 km/h. A aceleração era avassaladora, com o zero a 100 km/h chegando em apenas 5 segundos. O carro simplesmente trucidava todos os seus competidores teoricamente mais modernos de motor central, sejam eles Lamborghini Miura, Maserati Bora ou mesmo qualquer Porsche ou Jaguar. Difícil discutir com fatos assim.

Junte-se a isso um estilo original e influente, e tem-se um clássico instantâneo. Tornaria-se mais famoso ainda quando em 1971, pilotado por Dan Gurney e Brock Yates (da revista C&D americana), bateu o recorde de travessia dos EUA em automóvel, durante a famosa corrida clandestina “Cannonball Run” daquele ano. Ao completar o trajeto em menos de 36 horas de Nova York a Los Angeles, Gurney disse, brincando de se defender: "Em nenhum momento ultrapassamos 175 mph!" (281 km/h).

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