Trata-se
do FIAT-Abarth 131/031, Mirafiori 3500 Bertone (este Fiat tem nome e
sobrenome). A história começa quando a Fiat resolve substituir o 124 Spider, e
substituí-lo nas competições de rallye. Em 1975 a Fiat deu o start no programa,
baseado no chassis 131 Mirafiori Special - chamado secretamente por SE031.
Muitas modificações foram feitas (deixando o carro quadrado e mais feio que o
124 - a maior crítica era o arrasto da cara-chata do modelo, desenhado pela
Casa Bertoni). No inverno de 1975 Giorgio Pianta e Bruno Scabin, fizeram o Giro
d'Italia - primeira participação e primeira vitória, sobre as Lancias e os
Porsches (principalmente sobre a Lancia - o Porsche foi um bonus). Sob o capô
(aliás, capô e portas, eram todas de fibra) - para ocupar um espaço no Grupo 4
- havia um forte motor V6 IDF, com 2 Weber, gerando algo em torno de 270bhp a
6.800rpm (com rodas de aro 15" e pneus Pirelli - claro), atingindo 260kph
na quinta marcha (aliás o câmbio ZF era do De Tomaso Pantera) - para parar este
carro com 1.120 quilos: freios a disco nas 4 rodas ventilados! Na reta a forma
encontrada foi colocar spoiler para um "effective airflow".
A
saga do 131 começou em 1976, quando foram construídas 500 unidades necessárias
para a homologação e inscrição no Grupo 4 (falam que estas unidades eram mal
acabadas). Inscreveu-se 3 destes modelos no duro Rallye do Marrocos, sobre o
patrocino do Olio Fiat, tendo como integrantes do Time: Markku Alen, Maurizio
Verini e Fulvio Bacchelli - vamos resumir que esta participação não agradou a
Casa Torinese.
Em
1977 - a Fiat começa a sorrir (com a preparação Abarth mais intensa), pois, vê
o declínio da Lancia Stratos e a subida de rendimento de seus carros. A
primeira vitória num rallye do circuito internacional acontece no Rallye de
Portugal - que supera os Fords (agora, arque-inimigos da Fiat). Ficam em
segundo na Nova Zelândia (mas na frente da Ford). Chega com sucesso no Canadá
com Timo Salonen e Simo Lampinen (em primeiro e segundo respectivamente). No
Rallye de Sanremo fazem a chamada "splendida tripletta Fiat", com
Jean-Clode Andruet, Verini e Tony Fassina (no Tour de Corse a Fiat fica com o
título de construtores, graças a performance de Bernard Darniche e Andruet).
Em
1978 novas cores decoram o 131 Abarth - são as famosas cores da Alitalia e
entra para o Time o experiente piloto Walter Rohrl. Neste ano a primeira
vitória chega em Portugal nas mãos de Alen - o ex-piloto da Lancia - Sandro
Munari - é contratado para pilotar um 131. Como dizem os italianaos "all'Acropoli
si registra una doppietta torinese", com Rohrl em primeiro e Alen em
segundo. No duro Rallye dos Mil Lagos, Alen ganha com uma certa vantagem,
seguido de Ari Vatanen - que pilotava - agora - um 131. A terceira doppietta
chega no Rallye do Canadá, com Rohrl e Alen e mesmo se não houvesse a
participação no rallye africano, a Fiat já era campeã por antecipação neste ano
- na frente da Ford e da Opel (agora vocês entendem porque os fanáticos por
esse carro, fizeram pressão para eu escrever esse artigo?) - no Tour de Corse:
4 carros classificaram-se do primeiro ao quinto lugar (participaram Darniche,
Andruet, Munari - pela ordem do primeiro ao terceiro lugar, e a ex-piloto da
Lancia Michèle Mouton ficou em quinto).
Em
1979 a Fiat anda mal das pernas - financeiramente falando - e diminui de forma
drástica os investimentos no departamento de competições de rallye (Torino
agora tinha 5 títulos mundiais: 3 com a Stratos e 2 com o 131). Agora a Stratos
participa como time semi-oficial. Alen conquista o terceiro lugar em Monte
Carlo e o primeiro sucesso do ano só acontece com Markku, nos 1000 Lakes. Ficam
em segundo no Rallye de Sanremo.
Fonte: http://luiscezar.blogspot.com.br
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