Muitas das grandes fabricantes de automóveis de hoje têm suas raízes junto com o nascimento do carro, no fim do século 19. A Porsche é uma delas — não como marca, mas Ferdinand Porsche já desenhava carros décadas antes do 356. E o primeiro deles foi este: o elétrico Porsche P1.
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É isso mesmo: o primeiro de todos os Porsche
era elétrico e se chamava P1. Mas, diferentemente do seu xará McLaren P1 — que
também usa eletricidade e é um dos carros mais rápidos da atualidade — este
carro era pouco mais do que uma carruagem sem cavalos, movida por um motor
elétrico com potência equivalente a 3 cv. “P1” vem de “Porsche nº 1”, e o código foi
entalhado pelo próprio Ferdinand em cada um dos componentes de madeira do
carro, mas seu nome completo era “Veículo Elétrico Egger-Lohner, modelo
C.2 Phaeton”. Projetado por um jovem Ferdinand Porsche, de apenas 23 anos, o P1
foi um dos primeiros veículos registrados na Áustria, no dia 26 de junho de
1898.
O carro foi feito para a empresa Lohner-Werke,
para a qual Porsche trabalhou durante os primeiros anos do século 20. Em seu
período na companhia, que começou fabricando carroças convencionais, Porsche
projetou vários carros, incluindo, anos mais tarde, um veículo com motor a
gasolina e um motor elétrico com baterias reserva. Era basicamente um ancestral
do que hoje chamamos de veículo híbrido — como o 918, o Porsche mais moderno da
atualidade.
Embora tenha quase 120 anos, o P1 traz alguns
conceitos relativamente atuais, como o motor elétrico de autonomia muito boa
para a época — fala-se em até 80 km acelerando com moderação, e os 3 cv do
motor aumentavam para 5 cv no modo “overdrive”, permitindo que o P1 chegasse a
35 km/h. E, como em todo bom Porsche, o motor fica na traseira. Só não espere
conseguir queimar os pneus em um burnout espetacular (até por que ele não tem
pneus…).
Mas será que ele era rápido para a época?
Difícil dizer, mas o que se sabe é que o P1 venceu uma corrida de veículos
elétricos em 1899 — ano em que fez sua estreia oficial em uma exposição
automotiva em Berlim. Tudo bem que metade dos competidores não conseguiu
finalizar o percurso de 40 km, mas seria desonesto negar que há algum mérito
nisso. Ele ao menos chegou ao fim.
Foram feitos apenas quatro exemplares do P1, e
o carro das fotos foi encontrado em um galpão na Áustria, onde esteve guardado
e intocado desde 1902. Seu próximo lar será o Museu Porsche, que terá que
reorganizar seu acervo para acomodar o veículo que deu origem a todos os outros
que lá estão.
Fonte: www.flatout.com.br
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