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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A primeira postagem do ano, com estilo!!! Um dos meus carros preferidos, VW Santana Exclusiv 2.0

Uma reportagem direto do túnel do tempo. Versão de 1998 era última fase do veterano sedã da Volkswagen que ainda foi produzido até 2006.

Com uma construção já antiga na época, o Volkswagen Santana passava por sua última reformulação, que o acompanharia até o fim de sua carreira, em 2006. O modelo mostrava sinais de idade e era bastante caro, frente a concorrentes modernos como o Chevrolet Vectra da época e até mesmo rivais da própria marca, como o Passat. Importado da Alemanha, numa época de dólar baixo, sua versão mais barata conseguia ser mais em conta que um Santana mais equipado. Confira abaixo nas palavras do repórter Hairton Ponciano para o Jornal do Carro de 21/10/1998.
Santana Exclusiv, ultrapassado, não vale quanto custa
Com porte e preço grandes, o sedã é um projeto superado, com deficiências evidentes quando comparado a seu sucessor na Europa, o Passat
Hairton Ponciano Voz
O Santana 2.0 Exclusiv 99 tem porte e custo de carrão: são 4,6 metros de comprimento e preço a partir de R$ 29,53 mil.

Mas pode decepcionar quem espera muito de um veículo tão caro. Remanescente de uma era de economia fechada e pouco competitiva, o sedã de luxo, lançado no Brasil em 1984, não consegue mais esconder o peso da idade e o enorme espaço que o separa dos veículos de geração mais recente. A última reestilização que resultou em retirada de quebra-ventos, grade dianteira e lanternas traseiras redesenhadas, entre outras alterações já não tira o carro do passado. O pior é que, com freios ABS (antitravamento),toca-discos e teto solar, o preço vai a R$ 36.054,00. Com revestimento de couro, que representa mais R$ 4.875,00, o preço sobe para R$ 40.929,00. Não vale quanto custa. A própria Volkswagen está trazendo o Passat da Alemanha (de mesmo porte, porém muito mais moderno) por preço a partir de US$ 32.608 (R$ 38,8 mil).
Maquiagem. A leve maquiagem pela qual o carro passou não resiste a uma análise um pouco mais atenta:
A parte central do carro é a mesma há 14 anos, e issoinclui portas e curvatura do teto. Segundo a Volkswagen, os aperfeiçoamentos em mais de 60 itens incluem novos pára-choques envolventes na cor do carro e vidros laterais traseiros colados à lataria,que os deixam rente à carroceria. As lanternas, maiores, receberam um corte ao meio no sentido diagonal, acompanhando a tampa do porta-malas. O fato é que a carroceria do Santana é um bom exemplo de como desperdiçar espaço que poderia ser destinado a passageiros. A frente muito longa tem espaço até para um motor V6, apesar de o maior propulsor disponível no carro ser o 2.0 de quatro cilindros, ainda instalado na longitudinal. Basta levantar a tampa para perceber lugares ociosos.
Os bancos dianteiros do Santana Exclusiv são da Recaro
Têm regulagem de altura. A padronagem é de bom gosto. O volante, redesenhado, também é ajustável em altura, mas é muito fino e poderia ter diâmetro menor, já que a direção hidráulica dispensa volantes muito grandes. As teclas dos vidros continuam mal localizadas, na parte central do painel. Por causa disso, o motorista tem de desviar a atenção constantemente até achar as teclas. As dos vidros traseiros, instaladas no console, estão ainda em pior posição.

Mais potência. O motor AP 2000 teve algumas modificações no cabeçote e na câmara de combustão
O que, segundo a Volkswagen, elevou a potência em 2,4%, para 114,2 cavalos. O torque subiu 1,2% e agora está em 17,5 mkgf. Apesar de ser um motor já velho conhecido e sem novidades técnicas (tem comando simples e oito válvulas), garante bom desempenho e agilidade ao sedã de 1,15 tonelada.Dados da montadora indicam máxima de 186 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 10s8. O consumo é de 10,2 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada, segundo a empresa.

A contrapartida são o excesso de ruído a partir de 4 mil rpm, a marcha lenta um pouco irregular e a saída meio engasgadinha, características que acompanham de longa data os motores da família AP da Volkswagen. O câmbio mecânico de cinco marchas (não há opção de transmissão automática) é preciso, mas a alavanca tem curso muito longo. O sistema de som, com toca-discos no painel (opcional), tem qualidade de som razoável, mas os botões muito pequenos desagradam. Atrás o Santana oferece bom espaço, tanto para passageiros como para bagagens (413 litros). A tampa tem abertura elétrica, com tecla no painel. O senão é que o encosto do banco, fixo, não dá acesso ao bagageiro, ao contrário do que ocorre com sedãs de projetos mais recentes.O sistema de freios é tradicional, com discos na frente e tambores na traseira. O ABS é opcional, mas não há opção de bolsas infláveis. Fonte: https://jornaldocarro.estadao.com.br/